O sociólogo brasileiro Florestan Fernandes (1920-1995) dizia que “nós nunca podemos ficar em cima do muro, ou estamos do lado dos oprimidos ou do lado do opressor”.

Em pleno século XXI, vemos que 95% da riqueza no Brasil estão concentradas nas mãos de 5% da população, e 5% estão distribuídos para o restante da população.

Portanto, os pobres e os que vivem em condições de miséria estão nessa situação não porque não existem recursos para saciar a fome de toda essa população que vivem nas periferias, mas a pobreza e a miséria existem porque é muito difícil saciar a ganância dos ricos, que cada vez mais querem aparecer na corrida proporcionada pelas grandes revistas que registram os nomes e o lugar dos mais ricos.

Dante Alighieri disse: “Os lugares mais sombrios do inferno são reservados àqueles que se mantiverem neutros em tempos de crise moral”. Eu acrescento, sem dúvida nenhuma, que também estão reservados para aqueles que podem e não ajudam o próximo; para aqueles que estão no Congresso que podem, mas não aprovam impostos sobre as grandes fortunas brasileiras.

E aqueles que, em tempos de pandemia, podiam ter comprado a vacina e não comprou; aqueles que podiam fazer distanciamento social e não fizeram; e, principalmente, aqueles que deveriam usar máscaras para dar exemplo à nação e não o fizeram.

Ninguém é ou foi responsável pela pandemia, mas muitos de nós fomos e somos responsáveis pela sua propagação.

Temos que ter a consciência de ajudar ao próximo, começando com a nossa compreensão de nossos princípios, que muitas coisas estão ao alcance de nossas mãos resolvê-las.

Me encanta a ousadia do Papa Francisco, seu atrevimento, sua coragem, seu zelo carinhoso pelas coisas mais profundas que nos tocam as feridas do que devemos fazer pelo próximo e não fazemos.

Todos nós temos que buscar alternativas para trazer ajuda a quem mais precisa, os que vivem em condição de rua, os solitários que, as vezes, buscam no suicídio a solução para a solidão…

Devemos estender as mãos nesse momento de pandemia, temos que ter empatia e espírito de fraternidade e solidariedade; ver o outro como a nós mesmos.

Devemos, como o Papa Francisco, gerar conflitos com os poderosos, não se calar quando vemos a injustiça e gritar a falta de solidariedade que ameaça à dignidade de nossos semelhantes.

Temos que fazer uma reflexão: o que cada um de nós pode fazer para quem precisa? Às vezes, temos que ameaçar a ordem, quebrar paradigmas e barreiras, para fazer chegar às autoridades o nosso grito pelos nossos direitos aos bens necessários para uma vida digna que todo cidadão tem direito.

Sendo que temos que ter caráter, audácia, decisão e um audaz atrevimento para acolher os alcoólicos, os usuários e suas famílias de drogas lícitas e ilícitas; temos que fazer políticas públicas para essa comunidade e não julgar por sermos escravos-dependentes…

Temos que dialogar, encaminhar tod@s que precisam ser abrigados, recebidos como um ser humano que, nesse momento, precisa de acalento e um olhar para suas necessidades.

Reflita entre opressor e oprimidos. De qual lado você está?

*NEIDE LIMA é socióloga, graduada e pós graduada em Psicanálise Clínica, licenciada em Pedagogia e mestre em Políticas Públicas.

PLANTÃO CAPIXABA – A GENTE MOSTRA O ESPÍRITO SANTO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA

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