O cantor, compositor e poeta Wanderley da Silva Ferreira, conhecido como Thor O Pagodeiro do Amor, lidera um um movimento de famílias de presos junto com a Frente Estadual do Desencarceramento que tem o objetivo de solicitar ao governador Renato Casagrande o retorno imediato das visitas presenciais em todas as unidades prisionais do Espírito Santo. Thór é ex-interno do sistema penitenciário, no qual permaneceu por 24 anos, e atualmente é ativista da causa da ressocialização de detentos. Nas redes sociais, é considerado por maestros, músicos e internautas “o melhor cantor de samba e pagode do Estado”.

Em entrevista concedida ao portal CENSURA ZERO, Thór disse que o Governo do Estado poderá adotar as medidas com protocolos de higienização e de cuidados preventivos à covid-19, para que as visitações ocorram com segurança: “Aos poucos, o Governo do Estado vem controlando a situação e o retorno das aulas presenciais na rede pública abre um leque de discussões justas para o retorno imediato das visitas dos familiares ao presos do sistema penitenciário do Espírito Santo, por ser de inteira responsabilidade do Estado cumprir o seu papel de promover a reinserção social do reeducando”.

Thor O Pagodeiro do Amor afirma que “a ausência da família causa uma lacuna sem precedentes na mente do preso” e frisa que “a Constituição Federal assegura que a pena não poderá passar da pessoa do condenado, privar um ente querido de ver seu parente de forma demasiada se traduz em um precedente desumano da parte da Sejus”.

COMISSÃO DE FAMILIARES DE PRESOS

Ao portal CENSURA ZERO, Thór afirmou que está em sintonia com vários segmentos ligados ao sistema penitenciário capixaba e foi convidado por familiares de presos para integrar esse movimento para a volta das visitações à unidades penais, que hoje se resume em apenas 10 minutos de contato por interfones entre o preso e os familiares separados por vidros.

“Com o retorno das atividades do comércio, das escolas públicas e particulares, a liberação das visitas presenciais dentro das unidades prisionais será um tratamento igualitário ao cidadão e à cidadã que desejar visitar seu ente querido”, destacou Thór.

O ativista social reivindica também que a Secretaria de Estado da Justiça aumente os horários das visitas do sistema penitenciário. Segundo Thór, atualmente, as visitas não obedecem à Lei de Execuções Penais.

“Existem abusos por partes de unidades prisionais do Estado no cumprimento dos horários, que prejudicam o preso e seus familiares. Por exemplo: a visita familiar é de duas horas, mas a direção do presídio retira o preso com 40 minutos de atraso, até com uma hora de atraso, e não repõem o tempo perdido da espera do preso em ser retirado da cela. Ou seja, as famílias dos presos não são respeitadas pelos os agentes públicos que comandam as unidades prisionais”, afirma Thór, acrescentando que “muitas dessas autoridades extrapolam e sacrificam os familiares e os presos são prejudicados com essa prática contra o direito de visitas dos reeducandos”.

No entendimento de Thór O Pagodeiro do amor, o Governo do Estado precisa investir na humanização do sistema penitenciário e, com base nas informações que detém, propõe os horários de visita: 3 horas de visitação familiar e 2 horas de visita íntima. “Agindo dessa forma, o governador Renato Casagrande vai assegurar mais tranquilidade, comodidade e bem-estar a todo o sistema penitenciário do Espírito Santo”.

Ele afirma que a família segue enquanto uma instituição de valor responsável pelo apoio físico, social e emocional do preso: “Independentemente da forma como vem se estruturando, caracterizada por um agrupamento de pessoas ou dinâmica da vida própria e em processo de interação. A questão afetiva da emoção e do amor familiar é de grande valia para o Estado no processo de ensino-aprendizagem do encarcerado”.

MARCO EM NOVO MODELO DE RESSOCIALIZAÇÃO

Ao final da entrevista ao portal CENSURA ZERO, Thór O Pagodeiro do Amor diz que a ampliação dos horários de visitação será um marco e um aperfeiçoamento do modelo de ressocialização do do sistema sistema penitenciário capixaba.

“O preso que tem a presença de seus familiares por mais tempo terá mais condições de se apropriar dos conhecimentos  e dos valores sociais para a efetivação do seu retorno ao convívio social. O amor da família prepara o preso para uma ressocialização mais justa, mais humana; e essa aproximação mais prolongada diminuirá quaisquer empecilhos de agravos no interior das unidades”, frisa o ativista social, acrescentando que “a Sejus terá uma contrapartida dos reeducandos, na sua maioria, mantendo o respeito e a disciplina interna.

Thór é a favor também de que os presos de todo o sistema penitenciário nacional sejam incluídos no Programa Nacional da Vacinação Contra a Covid-19, “por constituírem um grupo de riscos, por conta da vulnerabilidade à doença”.

PLANTÃO CAPIXABA – A GENTE MOSTRA O ESPÍRITO SANTO! | REDAÇÃO MULTIMÍDIA 

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